Banco da Inglaterra mantém juros e alerta para aceleração da inflação

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Foto: Banco da Inglaterra (BoE)

São Paulo – O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) manteve a taxa básica de juros do Reino Unido inalterada em 0,1% e os estoque de compras de ativos em 895 bilhões de libras, ao mesmo tempo em que rebaixou suas projeções para o crescimento da economia britânica para o terceiro trimestre e elevou suas perspectivas para a inflação.
A decisão do Comitê de Política Monetária (MPC, na sigla em inglês) sobre os juros foi unânime, e sobre o programa de compra de ativos foi aprovada por sete votos a favor e dois contrários. Michael Saunders e Dave Ramsdem votaram para reduzir a meta das compras de títulos do governo britânico para 840 bilhões de libras.
O BoE revisou para baixo suas expectativas para o nível do Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido no terceiro trimestre de 2021, em cerca de 1% desde o relatório de agosto, deixando o nível esperado do terceiro trimestre em cerca de 2,5% abaixo de seu nível pré-pandemia.
“Esta revisão em baixa reflete em parte o surgimento de algumas restrições de oferta na produção”, diz o banco, citando pesquisas que mostram prazos de entrega de fornecedores historicamente longos, atrasos de trabalho, escassez de material e mão de obra em vários setores e níveis de estoques abaixo do normal.
Com relação à inflação, a previsão é de que os preços aumentem no curto prazo, para ligeiramente acima de 4% no quarto trimestre de 2021, devido em grande parte à evolução dos preços da energia e dos bens. “O aumento material nos preços do gás no atacado à vista e a prazo desde o relatório de agosto representa um risco de alta para a projeção de inflação do MPC de abril de 2022”.
Segundo o comitê, a expectativa continua a ser que as atuais pressões de custo global elevadas se mostrem transitórias. O índice de preços ao consumidor subiu de 2,0% em julho para 3,2% em agosto, acima da previsão de 3% do relatório de agosto. O BoE afirmou que “se concentrará nas perspectivas de médio prazo para a inflação, e não em fatores que provavelmente serão transitórios”.
Para Saunders e Ramsdem, que votaram por um modesto aperto monetário, “indicadores de custos e preços globais e domésticos revelaram evidências crescentes de que as pressões inflacionárias provavelmente persistiriam”, e que com a orientação de política atual “a inflação provavelmente permaneceria acima da meta de 2% no médio prazo”.
Em agosto, o comitê afirmou que algum modesto aperto da política monetária ao longo do período de projeção seria necessário para ser consistente com o alcance da meta de inflação meta de forma sustentável a médio prazo. “Alguns acontecimentos durante o período intermediário parecem ter fortalecido esse caso, embora subsistam consideráveis incertezas”.
O Comitê disse ainda que irá acompanhar de perto os dados recebidos. “Nessa reunião, o Comitê avaliou que a atual postura de política monetária permanecia adequada”, concluiu.