Banco central britânico mantém juros em 0,75%, em última reunião de Carney

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O ex-presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Mark Carney. Foto: Divulgação/ Banco da Inglaterra

São Paulo – O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) manteve a taxa básica de juro do Reino Unido em 0,75% ao ano, citando que a taxa de inflação deve alcançar a meta de 2% ao ano no médio prazo e que os riscos ao crescimento da economia britânica estão “amplamente balanceados”.

A decisão, no entanto, mais uma vez não foi unânime, com dois dissidentes: Jonathan Haskel e Michael Saunders. Os dois optaram pela redução da taxa em 0,25 ponto percentual (pp), para 0,50% ao ano, assim como na reunião anterior, de dezembro.

O Comitê de Política Monetária (MPC, na sigla em inglês) também decidiu, na última reunião conduzida por Mark Carney como presidente, manter o estoque de títulos corporativos comprados pelo banco central em 10 bilhões de libras e manter inalterado o estoque de títulos públicos adquiridos, que está em 435 bilhões de libras, de forma unânime.

Segundo o MPC, a taxa de inflação deve se manter abaixo da meta de 2% este ano, mas deve alcançá-la até o final do próximo ano e subir um pouco acima no final do período de previsão, com o “fortalecimento das pressões domésticas nos preços e o menor peso dos preços da energia”.

Além disso, os dados recentes sugerem que o crescimento global se estabilizou, “refletindo o abrandamento parcial das tensões comerciais e o afrouxamento significativo da política monetária por muitos bancos centrais no ano passado”.

No Reino Unido, “o comitê julgou que os riscos para o crescimento do PIB eram amplamente equilibrados”, e o avanço da economia deve acelerar um pouco no início de 2020, “apoiado por uma retomada da atividade global, um novo declínio nas incertezas do Brexit e as medidas de gastos anunciadas pelo governo”.

Os dissidentes citaram riscos globais e crescimento fraco da economia britânica em meio à incertezas devido ao Brexit como motivos para o corte de juros.

Por fim, o MPC disse que “a posição atual de política monetária é apropriada”, mas pode cortar a taxa de juros se a recuperação global não se sustentar, ou pode elevá-la se a economia britânica se recuperara como o esperado.

“A política pode precisar reforçar a recuperação esperada do crescimento do PIB do Reino Unido caso os sinais mais positivos dos indicadores recentes da atividade global e doméstica não sejam sustentados ou os indicadores dos preços domésticos permaneçam relativamente fracos”, diz o comunicado.

“Mais adiante, se a economia se recuperar amplamente de acordo com as projeções mais recentes do MPC, poderá ser necessário algum modesto aperto político para manter a inflação de forma sustentável na meta”.