Azul reduz prejuízo no 1° trimestre de 2022 em 24,4%

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São Paulo – A Azul divulgou hoje o balanço do primeiro trimestre de 2022. A companhia aérea registrou prejuízo líquido ajustado de R$ 808,4 milhões, valor 24,4% inferior ao reportado em igual trimestre de 2021, quando o prejuízo chegou a R$ 1 bilhão.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado atingiu R$592,7 milhões no trimestre, representando uma margem de 18,6%, alta de 11,5 pontos percentuais (p.p.) frente a margem registrada no primeiro trimestre de 2021. Excluindo o impacto da variante Ômicron, o EBITDA teria ficado próximo a R$ 900 milhões. O lucro operacional foi de R$70,7 milhões no trimestre, representando uma margem de 2,2%.

O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 7,8 vezes em março/22, queda de 3,4 vezes em relação a dezembro de 2021.

O resultado operacional totalizou R$ 70,7 milhões nos três primeiros meses de 2022, revertendo resultado negativo de R$ 214,1 milhões em relação ao mesmo trimestre de 2021.

A receita operacional foi de R$ 3,2 bilhões, um aumento de 74,9% comparado ao primeiro trimestre de 2021, e 25,6% acima do primeiro trimestre de 2019. Este foi o segundo trimestre consecutivo com receita líquida acima dos níveis pré-pandemia, mesmo com o impacto da variante Ômicron em nossa operação.

O PRASK e RASK aumentaram 40,7% e 38,3% respectivamente em relação ao primeiro trimestre de 2021, mesmo com um aumento de 26,4% da capacidade. Segundo a companhia, os resultados foram impulsionados “pela forte demanda doméstica nos mercados da Azul, o que nos permitiu aumentar as tarifas para compensar o aumento dos preços dos combustíveis”.

No negócio de logística, a receita alcançou quase R$ 300 milhões, alta de 37,8% em relação ao primeiro trimestre de 2021, e o triplo em comparação com o primeiro trimestre de 2019.

O CASK chegou a 34,45 centavos, 21,1% acima do primeiro trimestre de 2021, principalmente devido ao aumento de 57,0% nos preços dos combustíveis e a inflação de 11,3% nos últimos doze meses, parcialmente compensada por reduções de custos, ganhos de produtividade e 4,3% de valorização do real em relação ao dólar.

Durante este período, a produtividade mensurada pelo ASK por funcionários equivalentes em tempo integral (FTE) aumentou 14,3%. O CASK normalizado por cargas, combustível e taxa de câmbio foi essencialmente estável em comparação com o primeiro trimestre de 2012, compensando mais de 20% de inflação sobre os custos denominados em reais ao longo dos últimos três anos.

A receita operacional fechou em R$ 3,2 bilhões, 74,9% acima do mesmo primeiro trimestre de 2021. A receita de passageiros aumentou 77,9% enquanto a capacidade total aumentou 26,4% em comparação com o mesmo período do ano passado.

A receita de cargas e outras aumentou 53,4% ano após ano, totalizando R$ 350,1 milhões no primeiro trimestre de 2022, impulsionada pela demanda robusta por nossas soluções logísticas e nossa malha exclusiva.

A dívida bruta reduziu 12,9% ou R$2.962,7 milhões em comparação a 31 de dezembro de 2021, principalmente devido à valorização de 15,1% do real no final do trimestre e aos pagamentos de empréstimos e arrendamentos no total de R$1,1 bilhão no trimestre, compensado por R$431,8 milhões relativos à entrada de novas aeronaves na frota e a uma nova captação no valor de R$200 milhões, ilustrando nossa capacidade de acessar novas linhas de crédito.

Como resultado, a alavancagem da Azul, mensurada como dívida líquida dividida pelo EBITDA dos últimos 12 meses, foi de 7,8x. No balanço, a companhia disse que está confiante na capacidade de reduzir a alavancagem organicamente e chegar a uma alavancagem começando com 5 no final de 2022, reduzindo para começar com 4 no final de 2023 e com 3 no final de 2024.

Em 31 de março de 2022, a companhia tinha uma frota operacional de 166 aeronaves de passageiros e uma frota contratual de 178 aeronaves de passageiros, com uma idade média de 6,9 anos, excluindo as aeronaves Cessna.

No final do primeiro trimestre de 2022, as 12 aeronaves não incluídas na frota operacional consistiam em 6 ATR sublocados à TAP, 3 Embraer E1 sublocados à Breeze, 2 Embraer E1 em processo de saída e 1 Airbus A330 em processo de entrada na frota.

Os investimentos líquidos totalizaram R$ 226.9 milhões, principalmente a com capitalização de eventos de manutenção de motores e a aquisição de peças de reposição. O valor é 4,2% superior ao investido no primeiro trimestre de 2021.

Projeções

A companhia espera crescer em 2022 aproximadamente 10% em relação a 2019. O Ebitda estimado é de R$ 4 bilhões, excluindo itens não recorrentes.

“Considerando nossa estratégia de crescimento da capacidade, acreditamos que em 2023 estaremos com nossas operações totalmente recuperadas. Em conjunto com o crescimento contínuo da receita, nossas iniciativas de redução de custos e um ambiente competitivo racional, esperamos gerar Ebitda de pelo menos R$ 5,5 bilhões em 2023”, detalhou o balanço da Azul.