Azul espera recuperação em 2021 e diz que está preparada para o pior

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Foto divulgação: Azul Linhas Aéreas

São Paulo – A Azul disse que está preparada para o pior devido ao plano de gerenciamento implementado nos seis primeiros meses da crise para uma retomada gradual, incluindo a captação de R$ 1,7 bilhão em debêntures, a preservação de R$ 8 bilhões em capital de giro, a aquisição da TwoFlex (que deu origem à criação da Azul Conecta, subsidiária de aviação regional), o compartilhamento de voos (codeshare) com a Latam em 178 rotas combinadas sem escalas.

“Não está claro se teremos uma segunda onda, mas contratamos um seguro para nos proteger, caso isso ocorra. Estamos preparados para o pior”, disse John Rodgerson, presidente da Azul, no Azul Day.

Os executivos destacaram a capacidade de caixa da companhia para financiar os desafios futuros, que pode ser por meio de um follow on ou outras formas de financiamento, e anunciaram a expectativa de aumentar o seu valor de mercado, de R$ 34,4 milhões em 2019, a partir da expansão da margem e da redução da dívida líquida.

“O importante é que não está mais falando de queima de caixa. Nossas dinâmicas competitivas estão fortes e estamos focados na geração de lucro, estamos mais eficientes do que antes da pandemia”, disse Alex Malfitani, diretor executivo da Azul.

Malfitani também destacou a atuação da companhia em regiões com maior potencial de crescimento, como o Nordeste. Atualmente, a aérea realiza decolagens em onze aeroportos do país e tem rotas combinadas com a Latam em Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, Campinas, Rio-Santos Dumont, São Paulo e Brasília.

Segundo o executivo, ações como o aumento das vendas e check-in online ajudaram a companhia a reduzir despesas em R$ 250 milhões nos processos administrativos, aeroportos, call center e manutenção. Até 2021, o número de tripulantes por aeronave cairá de 93 para 78 e utilização de aeronaves cairá de 11,3 horas bloco por dia para 8,4 horas bloco por dia.

GERAÇÃO DE RECEITAS

A companhia também destacou a operação da Azul Cargo, que passará a ter uma participação, em volume de cargas, de 41% em 2020, de 30% em 2019, contra 46% e 13% de companhias concorrentes. Em crescimento, a Azul Cargo terá alta de 28%, contra queda de 42% do transporte de passageiros pela companhia aérea.

“Em dezembro, vamos entregar 1,3 milhão de embalagens individuais para cidades como Belém, Rio Branco e Teresina e clientes como Mercado Livre”,disse Abhi Shah, vice presidente de receitas da Azul.

Outra fonte de receita da companhia este ano é a Tudo Azul, programa de vantagens da companhia, que chegará a R$ 12,6 milhões em 2020 ante R$ 12,0 milhões em 2019.
“A receita da companhia não está dependente de grandes cidades e de um único segmento de clientes, disse Shah.

Em sua visão, o ano de 2021 será um ano de recuperação e normalização aos níveis de 2019.

“É preciso tempo para que as unidades de receita apresentem uma progressão, o que deve ocorrer até o terceiro ou quarto trimestre de 2021,disse Shah.

Em relação ao codeshare com a Latam, o executivo disse que não há planos para voos internacionais por meio da parceria, e disse que a companhia iniciará voos para Orlando, nos Estados Unidos.