Ações da Via Varejo saltam 7% após balanço e são as mais negociadas da Bolsa

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São Paulo – As ações da Via Varejo mostram a maior alta do Ibovespa e são as mais negociadas da Bolsa após a companhia divulgar resultados financeiros positivos no segundo trimestre, impulsionada principalmente pelas vendas online. Às 12h42 (horário de Brasília), os papéis (VVAR3) avançavam 7,76%, para R$ 19,57, e tinham um volume de R$ 1,563 bilhão, bem acima da segunda ação mais negociada do dia, que é a da Vale (VALE3), com giro de R$ 604,731 milhões.

Para os analistas do Bradesco BBI, a rede varejista apresentou sólidos resultados no trimestre, que mostram bons avanços na recuperação da empresa em várias frentes. Eles afirmam que embora o ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) tenha caído 18%, para R$ 314 milhões, foi muito melhor do que a estimativa, já o prejuízo líquido de R$ 176 milhões no período foi menor do que o prejuízo de R$ 290 milhões que esperavam.

Houve prejuízo no período se desconsiderado o crédito não-recorrente relacionado a um processo fiscal sobre o pagamento de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na base PIS/CONFIS, que garantiu R$ 241 milhões. Com esse crédito fiscal, houve lucro líquido de R$ 65 milhões.

“No geral, vemos isso como um resultado forte em circunstâncias difíceis. Claramente, a mudança para o comércio eletrônico proporcionou alguns ventos favoráveis”, disseram, em relatório.

Eles lembram que o segundo trimestre marca um ano da nova direção da Via Varejo e muitos avanços foram obtidos, especialmente em relação a aplicativos da empresa. Portanto, acreditam que a companhia entra no segundo semestre do ano com um forte impulso, o que deve ajudá-la a continuar a recuperar o terreno perdido para os concorrentes ao longo de vários anos. A recomendação do BBI é de “outperform” (equivalente à compra) para os papéis, com preço-alvo de R$ 22,00.

Os analistas do BTG Pactual, por sua vez, afirmam que apesar do efeito negativo das lojas físicas fechadas no trimestre, o resultado veio bom, mostrando uma melhora na comparação trimestral, com destaque para e-commerce e melhora da rentabilidade.

“O resultado corrobora nossa visão de que a empresa segue ganhando momentum e o aumento no tráfego online nos últimos meses deve continuar”, disseram. Porém, afirmaram que mesmo com essa tendência mais positiva esperada para os próximos trimestres, a performance recente do papel (uma alta de 111% nos últimos três meses) deixa o potencial de alta mais limitado no curto prazo. A recomendação de compra, porém, foi mantida.

O BB Investimentos concorda com as avaliações positivas, destacando que o crescimento do canal de vendas online muito robusto ajudou a minimizar as perdas do canal físico, e que a nova administração tem mostrado que pode garantir melhoras no futuro.

“Essa capacidade de rápida adaptação da companhia, com evolução significativa dos resultados desde a entrada na nova administração em meados do ano passado, nos mantém otimistas quanto à geração de caixa para os próximos anos aliado ao aumento de sua importância no e-commerce. Com isso, reiteramos nosso preço-alvo de R$ 23,70 e mantemos a recomendação de compra”, afirmou analista do banco.