Ações da Petrobras caem mais de 8% após críticas de Bolsonaro

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Foto: Divulgação/Petrobras

São Paulo – As ações da Petrobras registram forte queda hoje após o presidente Jair Bolsonaro criticar a estatal por um aumento “excessivo” no preço dos combustíveis.

Às 16h05 (horário de Brasília) os papéis PETR3 E PETR4 registravam queda de 8,185% e 7,00%, respectivamente, e eram negociadas a R$ 27,02 e R$ 27,22.

Ontem, durante uma transmissão ao vivo em suas redes sociais, Bolsonaro anunciou que vai zerar o impostos federais sobre o óleo diesel em março e em abril. O presidente disse que a medida serviria para “contrabalancear esse aumento, no meu entender excessivo”, no preço dos combustíveis anunciado pela Petrobras.

“Mas eu não posso interferir, nem iria interferir na Petrobras. Se bem que alguma coisa vai acontecer na Petrobras nos próximos dias. Tem que mudar alguma coisa. Vai acontecer”, acrescentou.

Para André Perfeito, economista-chefe da Necton Corretora, Bolsonaro segue a linha do populismo ao fazer uma ameaça direta à Petrobras.

“O presidente flerta nesse sentido com certo populismo fiscal e faz uma ameaça direta à Petrobrás que forçará os investidores para alguma cautela. Não queremos dizer com isso que o Palácio do Planalto irá fazer algo de fato, mas o episódio revela, mais uma vez, que há grande desconforto com a política de preços da estatal brasileira”, disse.

Na visão de Étore Sanchez, da Ativa Mercados, o” presidente se viu pressionado para fazer alguma coisa e fez qualquer coisa”.

Na avaliação de Sanchez, Bolsonaro anuncia uma renúncia em um momento no qual o Brasil passa por “apuro fiscal”. Para ele, a medida de Bolsonaro também é populista e seu impacto sobre a inflação, praticamente nulo.

O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) se posicionou por meio de nota enviada à reportagem e disse que reafirma sua defesa de um mercado aberto, competitivo e com segurança jurídica.

“Neste mercado com múltiplos agentes, a dinâmica de preços livres deve ser preservada, com alinhamento à paridade internacional, equilibrando a oferta e a demanda. Os derivados são commodities comercializadas internacionalmente e a paridade traz previsibilidade e transparência ao mercado”, disse a entidade.