MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Foto: energepic.com / Pexels

São Paulo – O Ibovespa opera em leve alta impulsionado pelas empresas ligadas às commodities – como minério de ferro e petróleo – e bom humor nas bolsas norte-americanas em dia de feriado de Columbus Day nos Estados Unidos e véspera aqui de Nossa Senhora Aparecida amanhã (12) em que a Bolsa ficará fechada. No entanto, já desacelerou os ganhos após subir mais de 1% pela manhã.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o principal índice da B3 subia 0,36%, aos 113.240,00 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em outubro avançava 0,23%, aos 113.250 pontos. O volume financeiro era de R$ 14,082 bilhões. As bolsas em Nova York também tinham leve alta.
Matheus Spiess, analista da Empiricus, comentou que no início dos negócios acreditava que a Bolsa teria um dia mais cautelosos devido ao feriado amanhã e com liquidez mais reduzida nos Estados Unidos por conta do Columbus Day, mas as
commodities acabaram impulsionando o índice. “O dia está favorável para as commodities, que representam 25% do índice, frigoríficos também sobem”.
Em relação ao aumento petróleo que favorece as ações da Petrobras, Spiess afirmou que a commodity vem subindo e está acima do patamar em sete anos e “as frustrações da última reunião da Opep+ [Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados] na semana passada em que o mercado acreditava que ia aumentar a produção dos 400 mil barris por dia (bps) e acabou mantendo o mesmo, ademais de estarmos no meio de uma crise energética global contribuíram para essa valorização do petróleo”.
Por aqui, o analista da Empiricus ressaltou que os precatórios seguem no radar. “A solução não será perfeita, e nunca é, mas “se nesses últimos três meses a gente conseguir endereçar, talvez exista espaço para ver outros dias positivos como hoje na Bolsa”.
As ações da Vale (VALE 3) e Petrobras (PETR3 e PETR4) subiam 2,90% e 1,44% e 1,64%, respectivamente. Os papéis das siderúrgicas também avançavam e da JBS (JBSS3) aumentavam 1,31%.
Filipe Villegas, estrategista de ações da Genial Investimentos, comentou que a alta das commodities ligadas a energia, petróleo subindo mais de 2% e minério de ferro 8%, pode contribuir para um movimento positivo na Bolsa. “Como a Bolsa brasileira tem presença forte de petrolíferas e mineradoras na composição do índice, pode ser que a B3 tenha um desempenho acima da média por conta de essa caracteriza que favorecida pelas commodities”.
Villegas afirmou que a inflação no mundo segue como um dos principais temas que é consequência de um processo de normalização monetária. “O resultado do payroll na sexta-feira mostrou crescimento de emprego abaixo das estimativas-194 mil empregos em setembro-, por outro lado a inflação salarial acima do esperado. É importante entender que com a pandemia mudou a característica de trabalho nos Estados Unidos. O mercado de trabalho está forte e seria um argumento para o Fed [Federal Reserve, banco central norte-americano] iniciar seu processo de normalização monetária”.
O estrategista da Genial Investimentos comentou que crise energia segue no radar dos investidores. “As enchentes na principal região produtora de carvão na China contribuem para a alta do petróleo e outras commodities”. E no Brasil, segundo Villegas, sinais preocupantes de desaceleração do crescimento em meio à alta de inflação e Selic e ressaltou que o “cenário local ainda é desafiador”.
Para os analistas da Sul América Investimentos, as incertezas fiscais continuam pesando no mercado doméstico “alimentando a aversão ao risco e o Ibovespa continuará fragilizado diante das indefinições das bolsas globais”. Os analistas afirmaram que o mercado espera por definições sobre os gastos com programas sociais em 2022 e precatórios.
O dólar, por sua vez, opera em leve alta enquanto o mercado espera alguma solução para as incertezas fiscais internas, o que faz com que o prêmio de risco para o investidor continue alto, impactando diretamente no câmbio. A desaceleração e inflação globais continuam no radar.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o dólar comercial subia 0,18%, cotado a R$ 5,5260 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em novembro de 2021 avançava 0,21%, cotado a R$ 5.543,00.
Para o head de tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, “o mercado está esperando alguma resolução para os problemas fiscais, o prêmio de risco subiu bastante no Brasil”.
Weigt, porém, não vê uma melhora em curto prazo: “a discussão sobre a saída do (ministro da Economia) Paulo Guedes só atrapalha”, pontua. Para ele, os leilões de swap cambial feitos pelo Banco Central (BC) tiram um pouco da pressão sobre o câmbio.
Por outro lado, a inflação global é outro fator determinante neste comportamento de aversão ao risco: “O gás natural e o petróleo estão muito pressionados, e isso é ruim para os emergentes”, pontua Weigt.
De acordo com boletim matinal da Ajax Capital, “uma eventual piora na inflação global, e crescimento das economias desenvolvidas desacelerando, podem se refletir em uma pressão negativa nas margens de lucro das empresas, levando a uma performance mais fraca dos ativos de risco global”.
Já no âmbito interno, o risco da quebra do teto orçamentário é visto com preocupação, já que o governo estudar acionar a cláusula de calamidade pública, aprovada na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial, com o objetivo de prorrogar o Auxílio Emergencial. “Prêmios de risco devem continuar elevados. Espera-se uma abertura mais fraca para bolsa, e de alta aos mercados de dólar e juros”, avalia a Ajax Capital.
Já as taxas dos contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) operam em alta após mais um leilão adicional de swap cambial na manhã desta segunda-feira (11).
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 7,274%, de 7,234% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 9,050%, de 9,010%; o DI para janeiro de 2025 ia a 10,060%, de 9,990% antes e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,490%, de 10,430%, na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar à vista operava de lado, cotado a R$ 5,51 para venda.